sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Sex and the City e o Cristianismo

Assisti o filme Sex and the City 2, tardiamente eu sei, e gostei muito. Para os preconceituosos digo que está longe de ser um filme de mulherzinha. O filme abre um diálogo sobre a crise da modernidade que se esforçou para desconstruir os valores tradicionais da sociedade e agora se esforça para construir novos valores elásticos e relativos sob um único absoluto: não há absolutos, as regras devem ser individualmente construídas. O tema é a dualidade entre a tradição e a pós-modernidade. Os enunciados estão todos muito claros, o individualismo que se manifesta na figura da mãe moderna que não tem o menor jeito para criar filhos e que, por viver em família diz ter perdido sua identidade. O casal que necessita de mais distanciamento um do outro. A solteira que se resolveu com relacionamentos exclusivamente eróticos, sem compromisso e superficiais. O surgimento de uma nova moral e de um novo moralismo. Como a cena de um casal que está esperando um bebê em barriga de aluguel e discrimina um outro por não quererem filhos. O casamento tradicionalíssimo de um casal gay, o que é uma contradição, resultado de quem está caminhando na fronteira entre o velho e o novo tempo. O acordo entre os dois, onde um escolheu uma cerimônia tradicional, por conseguinte, o outro tem permissão para trair. Nesse momento surge um debate entre as amigas sobre a “legalidade”, se é que posso chamar assim, da traição. Uma diz que, se há traição não é casamento, outra diz que tudo depende do acordo entre o casal. Me chamou a atenção o cuidado que cada uma delas precisava ter para aconselhar a outra. Elas quase pediam desculpas e diziam: “Hora de uma intervenção amiga”. No mundo da relatividade, dar conselhos sobre certo ou errado, bom ou ruim é quase ofensivo. O que fica claro pra mim é que o mundo possui uma doutrina muito rígida e extremamente ortodoxa, sob o absoluto da relatividade, há uma série de regras, proibições, moralidades e moralismo hipócrita. A liberdade desse mundo possui regras muito estreitas e radicais. A América pós cristã que tenta se libertar do velho mundo, agora cria uma nova religião, só que, sem fé, sem esperança e sem um Cristo para redimir. Tudo é uma nova moralidade e angústia.

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