No vídeo acima (nos dois primeiros minutos) assistimos a um fenômeno comum entre os brasileiros, a discriminação da riqueza e a valorização da pobreza como virtude. Repare como a mossa chama a pobreza de “realidade da vida” como se essa fosse a única realidade aceitável. Em resposta, a Sandy se justifica com a única prerrogativa aceitável à riqueza: “meu pai já passou fome”. Curiosamente a platéia aplaude. O que aconteceria se a Sandy respondesse: “Nasci em uma família rica, nunca peguei ônibus, não sei quanto custa o arroz ou o feijão, sou uma cantora bem sucedida desde minha infância, sou rica e não vou pedir desculpas por isso?”
Já presenciei muitos episódios onde consideramos a pobreza uma virtude e um instrumento de auto justificação. Só se perdoa um rico quando ele conta uma história triste de sua infância pobre ou a de seus pais. Há aqueles que ao serem elogiados por uma nova aquisição; carro, casa, ou uma TV, logo se justificam dizendo que não foi tão caro quanto imaginamos ou que foi comprado em uma situação especial. A pior foi essa, me mudei recentemente para uma casa maior, pois morava em uma quitinete perto da igreja e um amigo me disse: “poxa, que pena, tinha orgulho de dizer que meu pastor morava perto da favela.”
No Brasil, pobreza é símbolo de virtude e santidade. Talvez por conseqüência da tradição católica, onde sacerdotes e monges tem que fazer voto de pobreza. Por outro lado, temos os pastores da teologia da prosperidade que ostentam riqueza com o dinheiro da congregação pobre ou classe média. O que faz reforçar o conceito de pobreza e santidade.
Essa é uma espiritualidade cármica, para ser feliz precisa primeiro pagar o preço. A espiritualidade da cruz nos permite ser feliz, saudável, rico, sem um sofrimento ou perda compensatório. Se Cristo morreu por mim na cruz, não é a pobreza que me redime.
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