segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Minha Reforma Protestante

Levei anos da minha vida cristã para entender a mensagem do evangelho. Me converti lendo a Bíblia sozinho e por iniciativa própria. Minha caminhada cristã foi marcada por leitura intensa das Escrituras, fui logo chamado por Deus ao ministério pastoral e dei, por conta disso, início aos estudos teológicos. Apesar de ter estudado num bom seminário calvinista e ser membro de uma excelente igreja Presbiteriana, a relação que eu tinha com Deus era, o que posso chamar de medieval. E por incrível que pareça, minha fé passou por uma reforma protestante. E para fazer jus à história, essa reforma se deu a partir do meu encontro com os escritos de Lutero.
Eu cria que a salvação era pela graça mediante a fé em Jesus Cristo e não pelas obras, porém, na prática, sei lá porque, eu entendia que as boas obras que a fé produzia é que salvavam. Em outras palavras; a santidade, o amor à Deus e ao próximo, a irrepreensibilidade e a devoção que a fé produz é que salvam. Fui, então, treinado a avaliar minha salvação pela qualidade da minha fé, ou seja, pelas obras que ela produzia. É o que um grande teólogo reformado da igreja chamado Jonathan Edwards (que ainda admiro) chamou de “As marcas da graça”. Para ele, o que prova que a fé de um homem é verdadeira é a santidade. Levei isso tão a sério que só Deus sabe quantas vezes pedi para que Ele me tirasse do ministério pastoral, porque me sentia um enganador. Quantas vezes pedi a Deus para morrer a fim de cessar as lutas que travava com minhas tentações.
Minha teologia estava correta, a salvação é pela graça mediante a fé em Cristo, o que estava errado era o meu conceito de fé. A grande pergunta que eu nem soube formular, até então, era: o que é fé? Até que entrei em contato com os livros de Martinho Lutero, onde sua concepção de quem é Cristo e o que é a fé, não só concertaram minha teologia, mas me abriram as portas para a vida.
O que pretendo compartilhar aqui com vocês é um pouco desses escritos, temas e assuntos tão estranhamente desconhecidos, que trouxeram libertação para o cativeiro babilônico da igreja, luz para a idade das trevas e alegria para mim.  

Sola gratia!