segunda-feira, 17 de maio de 2010
Pecadores Anônimos
Iniciamos nesse Domingo 16/05/2010 às 18:00, nosso encontro de leitura e debate na igreja sobre o livro "O Obstinado Amor de Deus" de Brennan Menning. Foi um sucesso, sentamos em círculo, abrimos o livro, o coração e foi terapêutico. O tema foi: DEUS NÃO NOS QUER PERFEITOS, APENAS VERDADEIROS. Domingo que vem você está convidado. Até lá!
terça-feira, 4 de maio de 2010
Lucro e Cobiça
Tese 28. Certo é que, ao tilintar a moeda na caixa podem aumentar o lucro e a cobiça; a intercessão da Igreja, porém, depende apenas da vontade de Deus.
Quando se semeia uma semente, se faz um sacrifício, dá-se uma oferta esperando retorno financeiro, não o terá. Terá apenas o aumento do lucro do pedinte e o aumento da cobiça do ofertante. Mas quando intercedemos pelo bem do outro manifestamos dependência de Deus e lhe atribuimos a liberdade de poder dar a quem quer, sem determinação humana.
Moedas e Sementes
Tese 27. Pregam doutrina humana os que dizem que, tão logo
tilintar a moeda lançada na caixa, a alma sairá voando.
Essa era a pregação de João
Tetzel, o enviado do papa para cobrar indulgências, ou seja, arrancar dinheiro
do povo: “Antes que o dinheiro tilinte na caixa, a alma salta do purgatório”.
Eu pergunto: qual seria o
correspondente dessa tese para a igreja de hoje?
“Pregam doutrina humana os que
dizem que, tão logo for semeado no ministério de pastor fulano, sua vida
financeira sairá voando.”
segunda-feira, 3 de maio de 2010
A igreja vendia o céu e agora vende a terra
Tese 26. O papa faz muito bem ao dar remissão às almas
não pelo poder das chaves (que ele não tem), mas por meio de intercessão.
É de se notar que havia uma certa
nobreza da igreja católica do século XVI em relação à evangélica dos dias de
hoje, pois o que o papa estava oferecendo em troca de dinheiro era perdão de
pecados, a igreja tinha noção de que o seu “produto” era espiritual. Hoje, os
cristãos querem pagar com suas novas indulgências aos modernos papas, não pelo
céu ou perdão de pecados, mas por mais dinheiro. Se antes os anseios eram
espirituais e eternos, hoje são puramente financeiros e temporais. A igreja
protestante entendeu suficientemente que o perdão é de graça, assim, o velho
diabo teve que adaptar sua velha estratégia ao mundo moderno, que por sua vez,
perdeu completamente suas aspirações pelo que é eterno. A indulgência mudou de
nome, hoje chama-se oferta, semente, sacrifício, propósito e não sei mais o
quê. E o que se vende é a prosperidade.
O poder das chaves mencionado na
tese acima refere-se àquele famoso texto dos evangelhos em que o Senhor Jesus
afirma: “tudo o que for ligado na terra terá sido ligado no céu”. O papa
cria que se ele da terra declarasse alguém perdoado, mesmo esse alguém estando
no purgatório, tal pessoa seria perdoada e solta do purgatório indo direto para
o céu.
Hoje, acredita-se que alguns
pastores têm o poder de liberar a bênção da prosperidade sobre a vida dos
crentes.
De acordo com a referida tese,
esses novos “apóstolos” não possuem tal poder, mas fariam muito bem se
intercedessem pelos pobres.
As 95 teses para os dias de hoje
Pretendo nos próximos dias fazer uma breve análise de algumas das 95 teses de Martinho Lutero contra a cobrança de indulgências papais. O intuito é o de pensar o que elas têm a dizer à igreja de hoje.
terça-feira, 20 de abril de 2010
O Poder das Feridas
“Sem suas feridas, onde
estaria seu poder? A serviço do amor apenas soldados feridos podem engajar-se”.
(Thorton Wilder)
Me chama a atenção o texto onde,
no batismo de João, os conversos vinham confessando publicamente seus pecados.
Isso significa que a caminhada cristã começa com a queda das máscaras, com a
desistência de desempenharmos bem, a fim de que todos nos admirem, mas ninguém
nos conheça. Ser cristão, antes de ser santo, é ser pecador; antes de ser
forte, é ser fraco; é gloriar-se nas fraquezas, para que sobre nós repouse o
poder de Cristo. É não ter nenhuma dignidade em que possa se escorar, para que
se escore somente naquele que é digno. É ser grande, pela coragem de ser
pequeno. É não possuir nada para ter tudo.
Na maioria das vezes nossa boa performance religiosa nos
afasta do Salvador, porque religiosos precisam ser perfeitos, mas cristãos
precisam ser pecadores. Pois, quando minha consciência de pecado morre, pelo
bom desempenho religioso, meu desejo de ser salvo morre também. Por isso, a igreja
deve ser a comunidade dos pecadores, onde eu curo o outro, não pela minha
pureza, mas pelas minhas feridas.
“Os cristãos que permanecem no
esconderijo continuam a viver na mentira. Negamos a realidade do nosso pecado.
Numa tentativa inútil de apagar o passado, privamos a comunidade de nosso dom
curador. Se ocultamos nossas feridas, por temor ou vergonha, nossa escuridão
interior não pode ser iluminada, nem tornar-se uma luz para os outros. Quando,
porém, ousamos viver como homens e mulheres perdoados, unimo-nos aos médicos
feridos e aproximamo-nos de Jesus.” (Brennan Manning)
Sola Gratia
quarta-feira, 7 de abril de 2010
O Poder das Tentações
O deserto é a escola de Deus, se o Senhor Jesus teve de passar por ele, como não haveremos de passar também?
Nada nos aproxima mais de Deus e nos leva mais ao amadurecimento na vida do que as tribulações os desertos das tentações.
Geralmente usamos a palavra “tentação” no sentido moral, como aquilo que está prestes a te levar ao pecado, mas em alguns textos da Bíblia e, na presente reflexão, o sentido é o de provação. Tentação é toda dificuldade da vida que te leva à dúvida, ao medo, ao extremo da insegurança e que por ela você vai buscar a Deus e redimensionar tudo a partir da perspectiva dEle.
“Porque assim que a palavra de Deus se levantar por teu intermédio, o diabo te atormentará, para fazer de ti um verdadeiro doutor e, mediante as suas tentações, ensinar-te a amar e procurar a palavra de Deus”. “O verdadeiro teólogo é formado na escola da tentação”. (Martinho Lutero)
“Meça sua vida pelas perdas e não pelos ganhos... o que mais sofre mais tem para dar” (Hudson Taylor)
“Sem suas feridas, onde estaria seu poder? [...] A serviço do amor apenas soldados feridos podem engajar-se”. (Thornton Wilder)
quarta-feira, 31 de março de 2010
Dadaísmo Evangélico
O movimento Dadá ou Dadaísmo foi uma vanguarda moderna iniciada em Zurique, em 1916, no chamado Cabaret Voltaire, por um grupo de escritores e artistas plásticos.
A palavra dada significa o non-sense ou falta de sentido que pode ter a linguagem (como na língua de um bebê). Para reforçar esta idéia foi criado o mito de que o nome foi escolhido aleatoriamente, abrindo-se uma página de um dicionário e inserindo-se um estilete sobre ela. Isso foi feito para simbolizar o caráter anti-racional do movimento.
O movimento dadaísta tem por objetivo opor-se a qualquer tipo de equilíbrio, é caracterizado por uma ingenuidade radical e improvisação. Enfatizou o ilógico e o absurdo. Entretanto, apesar da aparente falta de sentido, o movimento protestava contra a loucura da guerra.
Assim, sua principal estratégia era mesmo denunciar e escandalizar.
Sua proposta é que a arte ficasse solta das amarras racionalistas e fosse apenas o resultado do automatismo psíquico, selecionando e combinando elementos por acaso. Sendo a negação total da cultura, o Dadaísmo defende o absurdo, a incoerência, a desordem, o caos. (Retirado e adaptado da Wikipédia)
Na pratica o dadaísmo se manifestava em forma de quadros com pintura totalmente em branco, mictórios de cabeça para baixo na parede ou livros com absolutamente todas as páginas em branco, pois não há o que dizer. Foi publicado um livro onde todo ele era constituído das palavras “dadadadadadadada...”.
Qualquer semelhança com um culto evangélico-pentecostal é mera coincidência. Porém, qual palavra poderia designar melhor um culto pentecostal, onde impera o irracionalismo tanto na teoria como na linguagem¿ Na teoria os pentecostais crêem que “a letra mata”, e por “letra” entendem qualquer tipo de leitura, inteligência ou razão. Isso fez com que eles abandonassem por completo a teologia ou qualquer tipo de estudo mais racional e literal das Escrituras. Em contra partida crêem que o “Espírito vivifica”, e entendem por “Espírito” todo tipo de experiência subjetiva e mística. Na linguagem, acreditam que o auge da espiritualidade são línguas estranhas e quando questionados a respeito de alguma estranheza a resposta é emblemática: “É mistério irmão”!
Vez ou outra sou questionado por algum irmão sobre meu, segundo eles, “ceticismo” e “frieza espiritual”, isso porque, minha fé é repleta de conceitos muito formulados e base bíblica, teológica, histórica e porque não aceito tudo o que se diz só porque é dito por um crente numa linguagem evangélica. Porque estudo demais e não me encaixo dentro dos padrões evangélicos.
Não sou nenhum intelectual ou mauricinho da fé, pelo contrário, sempre fui o pior aluno da escola e o cara mais doido e fútil do bairro. Mas quando me converti Cristo redimiu também meu cérebro e agora glorifico a Deus também com a mente.
sábado, 27 de março de 2010
Creio na Palavra de Deus
"Creio na Palavra de Deus" não significa apenas acreditar que ela é verdadeira; não é um mero crer que foi Deus quem a escreveu; não basta confessar que ela é inerrante; nem que é viva. Muito mais que isso. "Creio na Palavra de Deus" significa confessar que todas as promessas de evangelho contidas nela são especialmelmente minhas e pra mim.Creio que Deus a escreveu pra mim.
segunda-feira, 22 de março de 2010
A Centralidade da Cruz na Vivência Cristã
Lendo a
Bíblia, percebo que o conhecimento de Cristo, mais especificamente, da sua obra
na Cruz, é o ponto central, senão, o único ponto a ser meditado, compreendido e
absorvido pelo cristão.
Cristo crucificado é o único mediador entre nós e
Deus. Isso significa que ele é o único a nos comunicar salvação, ou seja, se
quero saber se Deus me salvou, devo olhar para o seu filho único agonizando por
mim. Ele é o único a me comunicar amor, se quero saber se sou amado, devo olhar
para o que Ele fez com seu filho amado em quem tem todo o seu prazer e pensar:
“Se ama assim seu filho e o sacrificou por amor a mim, não pode me amar menos
que ele”. Se quero saber qual o meu valor para Deus, devo pensar que fui
comprado pelo sangue (vida) do seu filho, e que por isso, valho o preço que foi
pago por mim, portanto, valho o que Cristo vale. E assim por diante.
Mas ao contrário disso, fizemos muitos cristos para nós. Pusemos entre
nós e Deus muitos intermediários, muitos mediadores, ao ponto de muitas coisas
serem sinal, marca e sinônimo da salvação, do amor e da aprovação de Deus, com
exceção de Cristo e este crucificado, nisto quase nunca pensamos.
Transformamos o Espírito Santo no nosso mediador e fizemos uma grande
confusão na economia da Trindade. Dizemos: “Se tenho os frutos do Espírito,
então sou salvo, se não os tenho estou perdido”, e assim, transformamos a obra
do Espírito em nova lei e novo mandamento, fizemos do Evangelho uma nova lei e
transformamos o Espírito Santo no novo Moisés. Ou dizemos assim: “Se tenho os
dons carismáticos do Espírito, então estou seguro da minha salvação”. E assim,
já não é o ter Cristo que salva, mas ter o Espírito. E mudamos o crer em Cristo
pelo fazer do Espírito, logo, já não é mais “justificados, pois, mediante a
fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo”, mas:
“Justificados, pois pelos frutos e dons do, temos paz com Deus por meio do
Espírito Santo”.
A própria santidade virou marca
de salvação. Cremos que uma vida irrepreensível é a prova de que somos
especiais para Deus. Mas o que fazer com o texto de I João 1.8 que diz: “ Se
dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade
não está em nós”. Nesse ponto
sempre escuto a mesma resposta: “não podemos permanecer no pecado”, ou seja,
desde que o pecado não seja o mesmo, mas apareça em você de maneiras variadas,
de um jeito hoje e de outro amanhã. O que significa que não podemos ser homens
de um pecado só, mas o pecado deve aparecer em nós de maneira sortida. Ou que
devemos usar uma calculadora de pecados, para calcular quantos são suportáveis
por dia. Assim, o santo não terá paz com Deus, pois a cada vez que for
confrontado com seu coração pecaminoso, desesperará.
Transformamos o dinheiro no nosso mediador e cristo. Se o temos, Deus nos
ama e cuida de nós com amor especial, se ele nos falta, Deus nos desamparou e
manifestou sobre nós a sua ira. Fazemos assim também com o sucesso profissional
ou ministerial, com a unção do Espírito, com a felicidade do casamento, saúde
dos filhos, crescimento da igreja, etc... Tudo isso nos comunica o amor ou o
desprezo de Deus, a aprovação ou ira, a salvação ou perdição, a graça e a
misericórdia ou a lei e a punição.
Dessa forma, nossa paz com Deus e alegria não se encontram em Cristo
crucificado por nós, mas nas coisas que imaginamos. Perdemos Cristo e criamos
muitos ídolos.
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Deus e a Nossa Auto-estima
O amor de Deus não acha, mas cria aquilo que lhe agrada; o amor do ser humano surge a partir do objeto que lhe agrada.
Pois os pecadores são belos por serem amados, e não são amados por serem belos. O amor humano evita os pecadores e os maus. Cristo diz: "Não vim chamar justos, mas pecadores." [Mt 9.13] E este é o amor da cruz, nascido da cruz, que não se dirige para onde encontra o bem de que possa usufruir, mas para onde possa proporcionar o bem ao mau e ao pobre. (Martinho Lutero)
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